Poucas pessoas fora do agronegócio brasileiro sabem que nem só de filé mignon e outros cortes especiais vivem os consumidores internacionais do frango e da carne bovina produzida no Brasil. Na pauta de exportação do ‘complexo carne’ – cujas vendas externas somaram U$ 7.5 bilhões entre janeiro e agosto deste ano - também há espaço para iguarias mais exóticas, como bile congelada, pé de frango, cérebro, diafragma, medula, testículo, pulmão, tendões e ligamentos de bovinos. Entre agosto de 2008 e agosto de 2009, foram vendidos cerca de US$ 400 milhões desse tipo mercadoria para Hong Kong, Nova Zelândia, Japão, Argentina, Singapura, Cuba, Vietnã e Áustria.
“Boa parte desses produtos compunha a ração utilizada na criação de gado e outros animais ruminantes. Mas esse uso foi banido após o surto mundial da vaca louca. Hoje, quando não são transformados em farinha de carne e farinha de pena para a produção de ração de cães e gatos, eles seguem direto para exportação”, explica o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, do Ministério da Agricultura, Nelmon Oliveira da Costa. O mercado asiático é o principal destino dos excedentes produzidos pela indústria nacional de carnes. Nos últimos doze meses, Hong Kong sozinho comprou 14,5 mil toneladas de ligamentos, tendões e vergalhos, além de 3,5 mil toneladas de aorta bovina congelada. “O pé de galinha é bastante apreciado no oriente, seja frito ou ensopado. Mas nem tudo chega à mesa. Os tendões e ligamentos de bovinos são usados para preparar carnes enlatadas, pois contém gelatina. E a bile congelada é usada na fabricação de medicamentos”, revela Costa.
Fonte: Terra
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